sábado, 20 de setembro de 2008

Postagem 26 de abril de 2007

Retrato de uma carrinheira
Vindo do trabalho para casa, observando através da janela do ônibus o movimento da cidade, carros, buzinas, ônibus e pedestres todos envolvidos num caótico fim de tarde em Curitiba e eu com o pensamento distante, não sei o que eu pensava , talvez algo relacionado ao dia de trabalho ou simplesmente o desejo de chegar em casa e me esparramar no sofá e zapear com ocontrole da TV. De repente em um segundo de consciência vejo, no meio do transito, uma moça que disputa lugar com os carros, uma moça de estatura baixa, com braços fortes, lábios vermelhos, cabelos longos e grandes brincos, vaidosa segue seu caminho puxando seu carrinho de papel . A sua vaidade me chama atenção, ser carrinheira não a deixava menos feminina ou de aparência descuidada. Minha admiração por uma desconhecida que trasmite pelo olhar um otimismo e uma tranquilidade, não sei seu nome, onde mora, se é esposa, se é mãe ou amiga só sei que é uma trabalhadora e que com feminilidade e leveza de gestos bravamente conduz seu carrinho de papel que seguramente é o responsável pelo seu sustento. Essa é mais uma guerreira anônima que corajosamente enfrenta os obstáculos da vida.
Sami

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